Dueto na Milan Design Week: presença internacional com pedra natural portuguesa

Junho 2025

Dueto na Milan Design Week: presença internacional com pedra natural portuguesa

A coleção Dueto, desenvolvida em colaboração com a Galrão, marcou presença na prestigiada Milan Design Week, integrando o projeto Piloto Milano na 5Vie — um dos núcleos mais criativos e experimentais do evento. 

Depois da estreia internacional na Marmomac 2024, a coleção voltou a destacar-se pela sua linguagem sensível, escultural e profundamente contemporânea — uma nova leitura da pedra natural portuguesa no contexto do design internacional. Conversámos com as designers Tania Monics e Rafaela Vieira, as mentes por trás da Dueto, para conhecer melhor esta experiência num dos palcos mais exigentes e inspiradores do design global. O resultado? Uma conversa sobre matéria e emoção, e sobre a força silenciosa do design feito com intenção.

A Milan Design Week é um dos palcos internacionais mais prestigiados do mundo do design. Como foi apresentar a coleção Dueto num contexto tão grandioso e global?

Tania Monics: Levar a coleção Dueto à Milan Design Week foi como estar parado no meio de uma tempestade. No mundo barulhento do design, escolhemos falar baixinho — através da forma, da textura e do sentimento. Foi mais do que exibir design; foi um momento para partilhar os nossos valores — conexão, contraste e o poder silencioso da criação consciente.

Rafaela Vieira: Apresentar a Dueto na Milan Design Week foi um sonho, um salto ousado para o palco global. Sentimo-nos no lugar certo para expressar a nossa voz através do design. Foi poderoso ver como a nossa abordagem minimalista e poética ressoou num diálogo de design tão rico e internacional.

Como foi a receção do público à coleção? Houve algum comentário ou reação que vos tenha marcado em especial?

T: As pessoas paravam, tocavam e experienciavam mesmo as peças. “É como ter um objeto de arte em casa.” Era exatamente isso que queríamos — uma peça em mármore que se sentisse intemporal, não apenas como mobiliário, mas como algo que transforma o espaço em algo duradouro e significativo.

R: A resposta foi imediata e emocional. Muitos ficaram tocados pelo equilíbrio entre força e subtileza das peças. Um comentário que me ficou foi o de que a coleção tinha tanto de tradicional, mas ao mesmo tempo de atual.

A pedra natural é muitas vezes associada à tradição, mas tem vindo a afirmar-se cada vez mais como um material com forte potencial criativo e inovador. No Salone, notaram alguma tendência ou abordagem à pedra que vos surpreendeu ou que se alinhou com o conceito do Dueto?

T: Quando se pensa em pedra, vem à mente uma perceção sólida e pesada. No Salone, observei uma linguagem mais suave do mármore em formas brutalistas, combinadas com linhas delicadas. O contraste entre estas duas direções é exatamente aquilo que o Dueto também expressa.

R: Sim, vimos a pedra a ser reinventada — fluida, escultural, viva. Isso ecoou precisamente aquilo que o Dueto representa. A mudança do uso frio e monumental para formas mais íntimas e expressivas foi especialmente inspiradora.

Como foi a interação com outros designers e profissionais da área em relação ao uso da pedra natural? Notaram um interesse crescente por este material?

T: Acredito que o mármore é um material adorado por muitos designers pela sua beleza natural. Colocá-lo num espaço cria um ponto focal, e por isso o seu uso tem vindo a crescer no mercado.

R: Nota-se uma curiosidade renovada sobre a pedra. As conversas foram ricas, e as pessoas queriam compreender profundamente a nossa abordagem. Sentimos um desejo coletivo de voltar a ligar-se a materiais autênticos e duradouros — e a pedra está no centro dessa tendência.

Depois de experienciar a reação do público e de outras marcas, como veem a posição da pedra natural no futuro do design?

T: A pedra natural vai continuar a evoluir, indo além da tradição para formas inovadoras e escultóricas. A procura vai crescer, também porque as pessoas estão mais conscientes quando investem em peças de mobiliário.

R: A pedra já não é estática — é dinâmica e central às narrativas futuras. O Dueto provou que pode ser intemporal e vanguardista ao mesmo tempo. A sua capacidade de ligar tradição e inovação posiciona-a como um material-chave para um design significativo e duradouro.

O que acharam mais relevante e recompensador na vossa presença na Milan Design Week? Houve algum momento ou aspeto da experiência que gostariam de destacar?

T: Fazer parte do projeto Piloto Milano deu-nos a oportunidade de apresentar a coleção Dueto de forma mais cuidada, permitindo que os visitantes apreciassem verdadeiramente cada peça como uma forma de arte.

R: O mais recompensador foi a conexão — com pessoas, histórias e materiais. Um momento de verdadeiro alinhamento criativo. Estar no projeto Piloto Milano, na 5Vie, deu a tudo uma energia mais humana e colaborativa.

Estar no Salone del Mobile colocou a coleção Dueto perante um público internacional exigente e altamente especializado. Como foi essa experiência? Sentiram que a coleção comunicou bem com esse público global? Que tipo de reconhecimento ou visibilidade recebeu neste palco internacional?

T: Trabalhar no Piloto foi um momento especial para ambas, especialmente para a Rafaela. Celebrou as suas raízes e herança brasileiras, oferecendo uma bela plataforma para troca cultural. A experiência não só aprofundou a nossa ligação ao design, como também nos trouxe reconhecimento internacional pela riqueza do nosso trabalho.

R: A coleção falou a sua própria linguagem, e o público escutou. Sentimo-nos vistos, e o Dueto ganhou uma visibilidade internacional significativa. Foi gratificante vê-la destacada em publicações de topo como Fuorisalone, ArchDaily, Designboom, Surface Magazine, Architectural Hunter, Vogue Brasil e outras, ampliando o seu impacto global.



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